Intraempreendedor, esse é um termo bem na moda e muito importante para você estudante universitário. A ideia deste post é te mostrar os detalhes relevantes sobre intraempreendedorismo e como isso pode te ajudar antes, durante e depois da faculdade. Ao longo do texto, eu vou te apresentar exemplos práticos, analogias e uns palavrões para você entender do assunto e rir um pouco.
Assim como marketing de precisão, elevator pitch e neuralink, intraempreendedorismo é uma daquelas expressões que todo estudante mais desenrolado deve ter uma ideia do significado. Você não precisa virar uma enciclopédia no assunto. Mas, é sempre legal dar uma pesquisada no Google sobre esses termos para não boiar nas conversas e networking com a galera mais experiente. Ficou interessado no assunto? Então, venha comigo e boa leitura!
Ok, Pedro… Mas o que é um intraempreendedor?
Bom, esse termo é bem comum entre a galera das startups, empreendedores e nômades digitais. O intraempreededor é a pessoa com espirito de empreendedorismo dentro de uma organização. Sim, é aquele estagiário, aprendiz ou empregado com “alma empreendedora”, “espirito de empresário” dentro de uma empresa ou órgão público. É o jovem com amigos e contatos em negócios inovadores que pode acelerar os resultados dos colegas de trabalho e ganhar uns pontos com o chefe.
A ideia do intraempreendedorismo tem uma relação muito forte com a transformação digital, gig economy e inovações. Os modelos de negócios que mais se destacam no mercado são aqueles com líderes empreendedores que arrumam vários tipos de soluções para um mesmo problema. Essa soft skill é bem rara hoje em dia e pode te tornar um estudante diferenciado. Com isso, você pode entrar no radar do pessoal mais experiente e conseguir boas oportunidades para a sua vida depois da faculdade.
Os empregadores já perceberam que as melhores soluções surgem quando damos autonomia e confiança para os nossos jovens talentos. Se você tiver um chefe muito cri-cri e controlador, provavelmente você não vai querer dar o seu melhor, não é mesmo? A criatividade e as inovações surgem quando nos sentimos confiantes e livres para mostrar nossas ideias e contribuições.
Assim, você consegue se tornar um resolvedor de problemas (problem solver) e entregar muito mais resultados. Isso pode acontecer tanto se você for estagiário ou empregado quanto se você já tiver o seu próprio negócio. É por isso que você vê empresas que investem milhões para capacitar e treinar os seus melhores empregados. Você investe e as pessoas podem entregar resultados tops em muito menos tempo.
Criatividade, proatividade e flexibilidade são palavras-chave para o empreendedor e intraempreendedor. O legal disso tudo é que você estudante inexperiente também pode desenvolver esses talentos sem precisar gastar milhões com cursos, treinamentos e consultorias. Um livro bom e rápido se você quer explorar mais esse assunto é o do Tiago Mattos “Vai lá e faz: Como empreender na era digital e tirar ideias do papel”.
Um pouco mais sobre o significado de empreender…
Qualquer pessoa pode ser um empreendedor. Você não precisa de um império milionário e vários títulos para criar boas soluções. Empreender é desenhar novos serviços e produtos, quebrar paradigmas e atender às demandas reprimidas do mercado. A ideia é resolver problemas já existentes ou melhorar os serviços e produtos. A Uber aliviou de engarrafamentos nas cidades e melhorou a vida dos baladeiros. O AirBnb facilitou a vida dos mochileiros sem grana para pagar um hotel.
A lógica é essa: resolver um problema ou melhorar o que já existe. Esse mindset é poderoso e pode te ajudar tanto na sua carreira quanto na sua vida pessoal. Você já reparou que existem pessoas que sempre se destacam ou outras que só se fodem e ainda têm fama de azaradas? Pois é, intraempreendedorismo. Conheça agora as 5 características do estudante intraempreendedor.
Quais são as principais características do estudante intraempreendedor?
Identificar um estudante intraempreendedor é uma tarefa relativamente fácil. Eu me sinto privilegiado em ter trabalhado e dado aulas para jovens com esse mindset. É outro nível de conversa e os insights surgem toda hora. Trabalhar com essa galerinha é bem desafiador e legal ao mesmo tempo
Autênticos
O estudante intraempreendedor é aquela pessoa autêntica e com personalidade. É o jovem que sabe impor sua presença com seus resultados. Nada de blá, blá, blá, conversinha fiada e bajulação. O negócio é entregar, resolver as demandas e cumprir a missão.
Problem solver
Eu gosto desse termo. É o jovem criativo que sempre chega com boas soluções. A ideia é agregar valor e facilitar a vida de todo. O estudante intraempreendedor é quase uma enciclopédia humana, estuda por prazer e tem uma conversa boa e interessante.
Confiáveis
É aquela pessoa que você pode contar nas horas e demandas mais cabeludas. O estudante intraempreendedor também é um risk-taker e não tem medo de testar novas ideias e assumir os próprios erros. Essa postura faz com que esse jovem ganhe a confiança dos superiores e da rapaziada mais velha.
Antifrágeis
Esse termo de um autor que eu curto muito, Nassim Taleb. O estudante intraempreendedor é antifrágil. Ele se adapta a qualquer situação e consegue evoluir mesmo nos cenários mais caóticos e negativos. Não tem tempo ruim. É o cara que consegue sair do outro lado.
Marca pessoal
O perfil de intraempreendedor faz com que o estudante desenvolva uma marca pessoal forte ao longo do tempo. É aquele jovem que sai da empresa e deixa seus chefes e superiores com “saudades”. Todos vão lembrar dele. Um blog muito legal sobre esse tema é o da minha amiga nômade digital Juliana Saldanha.
Os 5 motivos para você se tornar um estudante intraempreendedor
Agora você já conhece as características desse estudante diferenciado. Veja a seguir os 5 motivos para você desenvolver o seu perfil intraempreendedor e entrar no radar da galera top sem precisar de babação de ovo, bajulação e pagação de pau.
1 – Vantagem competitiva
As empresas e órgãos públicos sofrem problemas sérios de evasão de pessoal. É a fuga de cérebros. É difícil segurar um profissional intraempreendedor pois suas habilidades e experiências são acima da média. Com isso, o pessoal de outras instituições cresce o olho e ofertas de trabalho, cargos de chefia e convites para palestras surgem. Essa pessoa se torna muita requisitada e em alguns casos pode escolher com quem, quando, como e onde quer trabalhar. Conhecimento é poder meu amigo.
No serviço público, essa galera intraempreendedora acaba passando em concursos muito concorridos e pode escolher em qual órgão quer trabalhar e se aposentar. Já nas empresas privadas, esse pessoal adquire conhecimentos muito especializados e pode ter opções de mudar para empregos melhores, promoções, parcerias, dar aulas e até abrir o próprio negócio.
2 – Flexibilidade de horários
Quanto mais conhecimentos e domínio sobre um assunto, mais poder de negociação você têm com os seus superiores. Entregar resultados a tempo é um argumento forte para você negociar com seus chefes uma contratação depois de se formar, um horário de trabalho mais flexível e até uns dias de folga para resolver problemas pessoais.
O estudante intraempreendedor acaba se tornando o “queridinho” e pode atrair até inveja e ciúmes de alguns colegas de trabalho. Se isso acontecer contigo, ótimo. É sinal que você cumpre as demandas e os resultados falam por si só. Você já não precisa provar nada para seus superiores. O seu chefe sabe que a sua vida de universitário é corrida. Por isso, se você é um cara que entrega, você pode negociar sair mais cedo alguns dias, entrar mais tarde e ter um horário mais flexível. Tudo com bom senso e muita conversa.
3 – Capital social
Esse conceito é bacana e tem muita relação com o de marca pessoal. Uma pessoa com capital social é aquela que consegue atrair para perto pessoas mais inteligentes e desenroladas. A lógica é a seguinte: nós nos aproximamos de quem pensa e age parecido com a gente. Se você é um estudante acelerado, provavelmente você não vai curtir trabalhar com gente lerda, não é mesmo?
O capital social faz com que você se torna interessante para as outras pessoas. Isso não depende de títulos, pós-graduações e experiência de mercado. É tudo uma questão de postura, atitudes e entregas. Bons resultados falam muito mais do que horas de conversinha fiada, discursos pomposos e lero lero.
4 – Oportunidades raras
Esse tópico é interessante. Se o seu chefe for sensato, ele vai dar as chances e oportunidades boas para os subordinados que mais entregam. Aqui eu aproveito para falar como eu entrei no mundo da pesquisa acadêmica quando estava no mestrado. Foi um achado no meio do deserto para mim.
Bom, na minha turma, eu era um dos alunos mais novos e com certeza tinha bem menos tempo de mercado que a maioria dos meus colegas. Só que eu entregava todos os trabalhos com qualidade e no prazo e sabia fazer boas apresentações. Minha orientadora percebeu esse meu espirito “sangue nos olhos”. Quando surgiu uma oportunidade de receber bolsa pesquisador, o meu nome foi o primeiro que veio à cabeça dela. Sim, hoje eu ganho dinheiro para estudar e escrever artigos acadêmicos.
5 – Evolução pessoal
Para mim, esse é o motivo mais relevante para você ter um perfil intraempreendedor. Não se trata de arrumar um emprego top, criar uma startup unicórnio ou ficar milionário antes dos 30 anos. A evolução de um ser humano vai muito além disso.
Pense naquele seu professor ou colega de trabalho “fodão”. Sim, aquela pessoa que se destaca e parece sempre se dar bem. Eu tenho certeza que essa pessoa tem um nível cultural invejável, é boa de papo e ainda serve como ombro amigo quando você desabafar ou pedir conselhos de carreira. Isso é evolução pessoal, você se tornar uma pessoa que consegue ajudar outras pessoas. É um ganha-ganha em que todo mundo se dá bem e aprende muita coisa boa.
Os cases famosos sobre intraempreendedorismo
Legal, eu vou te mostrar agora alguns cases bem interessantes e famosos sobre intraempreendedorismo. Os exemplos são de empresas grandes com ideias de pessoas que pensaram fora da caixa e mudaram os rumos do mercado. Sim, dá trabalho, mas é possível. Confira os próximos parágrafos!
O botão Curtir do Facebook
As curtidas no Facebook são motivos de amor e ódio entre as pessoas. É quase uma guerra social para ver quem ganha mais curtidas em uma foto ou uma postagem polêmica. Bom, esse botãozinho “simpático” surgiu de um evento hackathon.
Um parênteses aqui para os leigos no assunto. Hackathons são eventos em que você junta vários programadores e hackers em uma competição com prêmios para resolver um problema complexo da sua empresa, universidade ou órgão público. Isso é intraempreendedorismo. Você junta uma galera desenrolada para pensar e criar soluções inovadoras. É assim que acontece a transformação digital na prática.

Os famosos post-its
Quem nunca colou um post-it na parede ou na tela do computador para botar um lembrete ou não se esquecer de alguma coisa importante? Essa foi uma ideia intraempreendedora que surgiu por acidente. Um dos pesquisadores da 3M, Spencer Silver, trabalhava para criar um adesivo para tecnologias aeroespaciais. Só que o efeito colateral desses esforços deu vida a um papel adesivo que não deixa restos de cola quando afixados.
Essa ideia foi para frente porque o cientista da 3M, Art Fry, usou esses papéis adesivos como marcadores de páginas, porta-recados e lembretes. Foi um projeto não planejado mas que teve sucesso por causa da cultura de inovação da galera da 3M. Hoje, os post-its são papéis adesivos conhecidos no mundo todo.

O Gmail da Google
O pessoal da Google é referência quando se fala em inovação e transformação digital. A empresa tem uma política interna bem interessante para os horários de trabalho. Cada empregado pode dedicar 20% do seu tempo para projetos e demandas pessoais. Sim, você pode usar 20% do tempo do seu expediente para resolver sua vida e tocar suas demandas paralelas.
Essa liberdade de criação fez com que Paul Buchheit desse vida ao famoso Gmail. Tudo isso era um projeto pessoal do Paul que hoje mudou a forma de se armazenar altos volumes de dados, filtrar buscas de mensagens, automatizar comunicações, agendar compromissos e realizar campanhas de e-mail marketing. Paul conseguiu resolver os mesmos problemas de correio eletrônico de várias pessoas.

O Playstation da Sony
O Playstation é um case de intraempreendedorismo “spin-off” da empresa japonesa tradicional Sony. Nos início dos anos 90, a Sony era uma fabricante famosa de aparelhos de som e walkmans. O jovem Ken Kutaragi trabalhou por conta própria em um chip de som que mais tarde se tornaria o videogame de 16 bits da Nintendo. Logo depois, surgiu o Super Nintendo para concorrer com o Mega Drive.
Mas mesmo assim, o Mega Drive dominava o mercado norte-americano de consoles de 16 bits. Essa competição acirrada fez com que as empresas Sony, Nintendo e Philips se unissem. Nascia então o “filho” de Ken Kutaragi, o videogame Playstation. Esse input inicial deu várias contribuições para games campeões de vendas como Tekken 3, Metal Gear Solid, Gran Turismo e Resident Evil.

Enfim, agora você já pode se tornar um estudante intraempreendedor e dar um up na sua vida de universitário fora da curva. Nesse artigo, você pôde explorar as características, as motivações e os cases de sucesso sobre intraempreendedorismo. Ficar por dentro desses assuntos pode te ajudar muito durante e depois da faculdade.
Muito bem, essas são as principais informações sobre o perfil do estudante intraempreendedor. Eu sei que o artigo ficou enorme, mas a ideia é te fazer pensar e te entreter com fatos, tecnologias e dicas interessantes para a sua jornada no mercado. Se você chegou até aqui, muito obrigado pela sua atenção. Você pode me seguir no Insta para ter acesso a mais conteúdos legais e de graça. Se você gostou deste artigo, então compartilhe com os seus amigos.
Pedro Londe
Autor do livro “O que diabos é Gig Economy?: Como ter várias fontes de renda e aproveitar ao máximo todas as suas habilidades“